Bola vem, bola vai

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Bola vem, bola vai




Não seria preciso que jogasse para se perceber que Bolatti
começa por se destacar pela compleição física.
Aliás, não é sequer difícil encontrar o argentino
quando o plantel corre em formação cerrada em volta do relvado.
É alto, é loiro, mas apesar de medir 1,89 metros não
é um jogador pesado, até porque se fica pelos 81 quilos.
Na primeira aparição pública de Bolatti em jogo, que
durou 45 minutos, tudo o que se sabia sobre ele encontrou correspondência
na observação. Ocupa o espaço clássico do trinco,
diante da zona central e, talvez porque o adversário não
obrigasse a tal, raramente deixou esse lugar. O esquema de três defesas
com que o FC Porto enfrentou o SC Irene contribuiu igualmente para que
as suas preocupações não incluíssem também
terrenos mais laterais. Para isso e durante esses 45 minutos, contou sempre
com Kazmierczak e até com Luis Aguiar. Quando a bola sai do pé
direito de Bolatti, aquele que utiliza para passar e rematar, mantém
a forma, continua redonda e por isso torna fácil a tarefa para quem
a recebe. Sem um adversário que pressionasse, o médio argentino
destacou-se pela rapidez de processos, pois bola que recebesse ou recuperasse
era bola que rapidamente partia para outro destinatário, quase sempre
Kazmierczak ou Luis Aguiar. Aliás, dos 17 passes que fez durante
a segunda parte do jogo de preparação, todos eles encaixam
na definição de passes curtos, sendo que raras vezes arriscou,
o que se traduz em apenas um erro cometido a esse nível. Recebe
e toca para o lado, de preferência reduzindo ao mínimo o risco
de uma intercepção. O entendimento com Kazmierczaki foi,
nesse particular, algo complementar, já que o polaco – bem menos
ofensivo do que os outros dois médios da segunda parte, Postiga
e Luis Aguiar – opta mais vezes pelo passe longo, preferencialmente os
que se traduzem numa variação de faixa.
Por preferir manter-se, na maior parte do tempo, no espaço físico
destinado ao trinco clássico, Bolatti poucas vezes se aproximou
da área contrária, tendo-o feito apenas nos lances de bola
parada, Aliás, é nesses momentos dos jogos que a altura e
presença física do argentino pode revelar-se decisiva na
área contrária. O mesmo sucedendo na hora de defender. Com
o SC Irene fez apenas um remate, aliás, um cabeceamento que o guarda-redes
holandês defendeu tranquilamente.



ESTATÍSTICA




Passes curtos 17
Certos 16(1 de risco)
Errados 1
Passes longos 0
Remates 1 (cabeceamento)
Dentro da área 1
Cortes 4
Perdas de bola 0
Faltas sofridas 2
Faltas cometidas 0