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 Ana Salgado denuncia Vieira e inspector da PJ

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MensagemAssunto: Ana Salgado denuncia Vieira e inspector da PJ   Ana Salgado denuncia Vieira e inspector da PJ Icon_minitime2007-07-21, 09:15

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Ana Salgado denuncia Vieira e inspector da PJ




António Soares*


Ana Maria Salgado, a irmã gémea de
Carolina Salgado, acusa o presidente do Sport Lisboa e Benfica, Luís
Filipe Vieira, de ter viabilizado a edição do livro "Eu, Carolina" ao
encomendar antecipadamente "uma série de livros, juntamente com a
jornalista Leonor Pinhão". A acusação surge numa entrevista à SIC,
emitida ontem, durante a qual a irmã da ex-companheira de Pinto da
Costa lança ainda graves suspeitas sobre um elemento da Polícia
Judiciária, actualmente integrado na equipa que investiga o "Apito
Dourado", liderada por Maria José Morgado.


As declarações confirmam em grande parte o que Ana, 30 anos e muito
parecida fisicamente com Carolina, tinha já dito anteriormente, quando
foi inquirida pelo Ministério Público (MP), a 27 de Junho último, por
sua iniciativa e sem que a irmã disso tivesse conhecimento. Ao MP,
apurou o JN, Ana Maria terá efectuado um relato bastante mais detalhado
da vida privada de Carolina e Pinto da Costa.


Ana Maria refere ter acompanhado de perto Carolina durante o tempo em
que esta viveu com Pinto da Costa e mesmo depois, durante a separação
do casal e no processo de preparação e elaboração do livro. A
entrevista surge depois de o pai de Carolina Salgado ter posto em causa
a sua sanidade física e mental, em declarações sucessivas aos jornais
Correio da Manhã e 24 horas.


"Lamento que o meu pai tenha dito isso. O meu testemunho no Ministério
Público foi a verdade e eles ficaram magoados com isso. Obviamente,
sinto-me incomodada. Magoa", referiu na entrevista.


Compra de livros


Segundo Ana Maria, Luís Filipe Vieira aparece quando a irmã procurava
uma editora para o livro. Após várias tentativas, propôs a publicação à
"D. Quixote", mas a empresa terá exigido garantias. Foi então, segundo
Ana, que Vieira e Leonor Pinhão fizeram a encomenda de uma série de
livros, obtendo dessa forma a concordância da editora. Mais tarde,
refere ainda, Luís Filipe Vieira terá também entregue 20 mil euros a
Carolina Salgado, para que esta pudesse fazer face às despesas com os
processos que interpusera contra Pinto da Costa.


Suspeitas sobre polícia


Na entrevista, Ana Maria lança suspeitas sobre um elemento da Polícia
Judiciária de Lisboa, que acusa de ter fornecido elementos a Carolina
sobre o suposto jantar descrito no livro "Eu Carolina", durante o qual
teria contecido uma entrega de dinheiro por parte de Pinto da Costa a
um árbitro, no final de um jogo de futebol. O jantar terá acontecido na
residência do casal, na Madalena, Gaia, tendo o inspector da PJ
corrigido Carolina quanto a alguns detalhes do encontro. A irmã garante
que Carolina não viu dinheiro nenhum, apenas um envelope branco que
"até podia estar vazio".


Na entrevista, Ana Maria conta ainda que o mesmo elemento da Polícia
Judiciária - actualmente integrado na equipa liderada por Maria José
Morgado, que coordena os processo relacionados com o "Apito Dourado" -
terá inclusivamente aconselhado a sua irmã a "vender "um imóvel e o
carro", de forma a não ter que pagar eventuais indemnizações
resultantes de processos judiciais. Estas denúncias, apurou o JN,
estarão já a ser investigadas pelo Ministério Público


Ridicularizar


Ana Maria diz ainda que tem em seu poder uma versão original do livro
que lhe foi "cedida". O conteúdo final, garante, foi "adulterado", de
modo a que o presidente do F.C. Porto "caísse no ridículo". "Disse-lhe
que quem iria cair no ridículo seria ela", refere a irmã de Carolina.
Durante a entrevista recusou peremptoriamente a ideia de estar a ser
manipulada.


A irmã de Carolina confirma também o que já anteriormente tinha sido
referido ao MP por Fernanda Freitas, a escritora do livro "Eu,
Carolina", sobre as agressões a Ricardo Bexiga. Que tudo teria sido
feito com o líder dos Superdragões, Fernando Madureira, e por exclusiva
inciativa de Carolina Salgado. "Achei ridículo ela gabar-se",
sentenciou.


*Com Luís Antunes



Presidente do Benfica não reage, Morgado sem medo



O presidente do Sport Lisboa e Benfica fez
saber ao JN que não pretende responder a estar declarações de Ana Maria
Salgado e permanecerá em silêncio, mas a entrevista suscitou uma série
de reacções, nomeadamente da responsável pela coordenação dos processos
relacionados como "Apito Dourado", Maria José Morgado. O JN tentou sem
sucesso contactar a também responsável pelo Departamento de
Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, mas à SIC Maria José
Morgado considerou "ridícula qualquer hipótese de maus métodos
processuais" na sua equipa, que considerou "acima de qualquer suspeita".


Maria José Morgado não quis falar sobre as motivações de Ana Maria
Salgado, mas foi dizendo que as pessoas que compõem a sua equipa "não
são de fácil intimidação, nem recuam perante ameaças".


Também Gil Moreira dos Santos, advogado de Pinto da Costa, não quis
alongar-se em considerações, lamentando apenas que estas declarações só
tenham sido conhecidas agora.
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