O que é a combustão humana espontânea? Foto cedida por Morguefile
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combustão espontânea ocorre quando uma pessoa rompe em chamas por causa
de uma reação química interna aparentemente não provocada por uma fonte
externa de calor. A primeira combustão humana espontânea conhecida
foi divulgada pelo anatomista dinamarquês Thomas Bartholin, em 1663,
quando descreveu como uma mulher em Paris "foi reduzida a cinzas e
fumaça" enquanto dormia. O colchão de palha onde ela estava deitada não
foi danificado pelo
fogo.
Em 1673, um francês chamado Jonas Dupont, publicou uma coleção de casos
de combustão espontânea na sua obra "De Incendiis Corporis Humani
Spontaneis". As centenas de casos de combustão espontânea
ocorridas desde aquela época tiveram uma característica comum: a vítima
sempre era consumida quase completamente pelas chamas, usualmente
dentro da própria residência, e os médicos legistas presentes relatavam
ter sentido cheiro de uma fumaça adocicada nos cômodos onde os eventos
tinham ocorrido. A peculiaridade que os corpos carbonizados apresentavam era o fato das
extremidades terem permanecido intactas.
Ainda que o dorso e cabeça tivessem sido carbonizados de forma
irreconhecível, as mãos, pés e/ou parte das pernas não tinham se
queimado. Além disso, o cômodo onde o corpo fora encontrado mostrava
pouco ou nenhum sinal de fogo, salvo por um pequeno resíduo que tivesse
ficado na mobília ou nas paredes. Em raros casos, os órgãos internos da
vítima permaneciam intactos, enquanto a parte externa era carbonizada. Nem
todas as vítimas de combustão humana espontânea eram simplesmente
consumidas pelas chamas. Algumas desenvolviam estranhas queimaduras no
corpo, embora não houvesse nenhuma razão para isso, ou emanavam fumaça
sem que existisse fogo por perto. Nem todos os queimados sucumbiam: uma
pequena porcentagem de pessoas que tinham passado pela combustão
espontânea sobrevivia.